Análise : Bloodstained ritual of the night

Quem já ouviu falar no “gênero” metroidvania? É uma aglutinação dos nomes de dois jogos: Metroid + Castlevania, utilizando design e mecânicas similares a ambas as séries. O termo deriva principalmente do jogo Catlevania: Symphony of the Night e os vários jogos da franquia, que contém vários aspectos da série Metroid. Os Metroidvanias são jogos com um mapa extenso e interconectado a ser explorado, com várias partes limitadas por portas e obstáculos que podem ser acessados somente após adquirir nova habilidade ou equipamento. Os mapas são cheios de detalhes, lugares secretos e atalhos descobertos durante a exploração, sendo muitas vezes necessário retornar ao início do jogo para descobrir uma nova área/item.

 Koji Igarashi foi o diretor assistente de Castlevania Symphony of the Night, e produziu vários jogos da franquia na sequência, sendo considerado informalmente como o pai dos Metroidvanias. Após seu desligamento da Konami, lançou uma campanha no kickstarter para fazer Bloodstained, considerado um sucessor espiritual dos Castlevanias.

 Em sua etapa de produção, o criador de Bloodstained manteve um forte contato com a comunidade de fãs para garantir a qualidade do trabalho final. Como exemplo, ao longo do desenvolvimento do jogo, a comunidade sentiu que os gráficos estavam aquém do que esperavam e após este feedback, a parte visual foi reconstruída para atender aos anseios dos fãs, mesmo que isso adiasse a data de lançamento. Isso, do desenvolvedor ouvir a comunidade não era comum nos anos de 1990. A tecnologia dos meios de comunicação aproximou muito quem compra o jogo e quem os desenvolve, basta saber usar os canais de comunicação, que foi exatamente o que a equipe de Igarashi fez. O gráfico do jogo talvez não seja o melhor que as plataformas de 2018 poderiam oferecer, mas agradam e tem detalhes ricos.
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Como falamos anteriormente, Bloodstained segue uma fórmula simples e de muito sucesso característica de um bom Metrodvania: um mapa para explorar e um personagem para evoluir, com grande quantidade de equipamentos a serem adquiridos. O mapa é atraente e instiga ser explorado e observado, pois parar um pouco para ver o ambiente, o fundo, os detalhes das portas, do chão rachado, dos móveis velhos, dá uma sensação de ter estado ali. Eventualmente um jogador não habituado ao estilo pode se perder e não saber como avançar no jogo, mas existe aquela sensação de vitória ao descobrir como progredir ! Tem salas de viagem-rápida bem distribuídas e save points distribuídos adequadamente. É como se cada sala de viagem te levasse para o início de uma fase, mas aqui, todos os trechos do mapa estão conectados, ainda que indiretamente.

 O enredo trata de uma jovem que teve cristais com poderes demoníacos implantados em seu corpo. Ela confronta uma invasão de demônios no meio de desavenças entre alquimistas e industriais da Inglaterra no século XVIII. Após alguns anos de sono, nossa jovem volta para impedir uma nova invasão.

 A história é um pouco tradicional demais. É boa, mas previsível, o que não desmerece o jogo. Em uma palavra: aceitável. Um ponto muito interessante são os livros espalhados ao longo do mapa e os diálogos entre os personagens, pois trazem acréscimos à história, trazem detalhes e uma boa imersão pois o jogador vai conhecendo melhor os personagens e alguns deles são cativantes.

 O jogo, na versão de computador pela steam tem o texto em português BR, ainda que com algumas falhas na formatação, como palavras sem espaço, concordância, esmagamento de uma ou outra letra, mas nada que atrapalhe a leitura da história.
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O sistema de combate não é novidade em Bloodstained, ainda assim, é excelente. Os personagens de movem bem pela tela e a resposta dos controles é muito boa, tanto no teclado mais mouse quanto no controle. A protagonista não é uma máquina de destruição, então, não pensem que ela sai batendo loucamente com o pressionar dos botões, mas ela ataca de acordo com a velocidade imposta por cada arma. A adaga é uma das mais rápidas e as armas de duas mãos, são bem lentas. Tem um sistema muito rico e interessante de fabricação de itens, consumíveis e fragmentos. Estes últimos são como mágicas do jogo. Começamos o jogo praticamente sem nada, e vamos obtendo materiais e equipamentos de forma bem sintonizada com o andamento do jogo. É possível parar em um trecho e ficar matando os inimigos e coletando os itens que estes deixam.

Os fragmentos são deixados também pelos inimigos, alguns do quais são obrigatórios para seguir com a história principal do jogo.

 Os fragmentos, assim como a protagonista, também têm níveis de evolução. Os fragmentos que o jogador usa podem mudar completamente o modo de jogar, alterando as formas de atacar, de defender, pois às vezes nem é necessário defender, ou nem atacar nem matar. Eles podem alterar os atributos principais, pontos de vida e pontos de mágica e comportamento dos ajudantes da heroína. Como já deve ser esperado dos amantes do gênero, é orgulho ter todos os fragmentos do jogo.

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As sidequests são muito simples, e servem mais para recebermos itens de recompensa do que contribuir para a história. . Basicamente, caçar monstros, entregar itens, fabricar, devolver objetos e receber as recompensas. Isso é bem típico nesse gênero. Para aqueles que gostam de colecionar troféus , completar as sidequests é obrigatório.

 A interação com o ambiente é ótima (ainda que estejamos falando de um jogo de plataforma). Abrir baús/portas, acionar alavancas, disparar canhões, sentar numa cadeira, tirar uma foto, mudar o cabelo, a cor, o corte, o jeito de andar, de correr, de pular, de nadar, de saltar, falar com outros personagens, fazer poses, “basicamente” (ufa) é o que a heroína faz, e faz de forma robusta, singela e delicada. Claro, ela bate nos monstros para matar; ou ela não usaria o imenso arsenal de armas e dispositivos disponíveis.

Os boss do jogo são muito bem feitos, causando uma sensação do jogador quase saber o que o boss vai fazer, como vai atacar. Quase. São animações e movimentos únicos. Claro que tem os movimentos básico, mas tem também aqueles movimentos que surpreendem o jogador, que vai ter que treinar um pouco para vencer o boss. Para os hardcore, treinar e conseguir uma vitória perfeita, ou seja, sem tomar dano e no menor tempo possível rende uma medalha ao jogador.

Bloodstained navega em novidades e referências e fez muito bem essa passagem. Ao longo do jogo, podemos perceber diversas referências a outros jogos. Isso traz um sentimento de nostalgia difícil transmitir ao leitor o. Esses momentos são únicos, hilários e às vezes desconcentram. Não mencionaremos os jogos referenciados para evitar spoilers. Symphony of the Night é imensamente lembrado, alguns até dizem que Bloodstained é o Symphony of the Night 2, e realmente são parecidos: os dois são excelentes jogos.

O jogo possui mais de um final e um novo jogo +. Os finais mais se parecem com game over diferentes e um final, de fato, bom(assim como em SotN). Os NPC sempre dão dicas de como prosseguir no jogo.

 A trilha sonora contou com a participação de Michiru Yamane. Para aqueles que já a conhecem, seu nome fala por si só. Ela teve trabalhos musicais em outros jogos, a saber, Symphony of the Night, que foi o que mais a tornou conhecida. As músicas são excelentes, algumas meio repetidas, mas mesmo repetidas, são boas. Combinam com a ambientação do jogo, com os momentos, com os locais, com as situações, com os desfechos. Não só as músicas, mas as vozes dos personagens (inglês testado), os sons do ambiente, tudo muito bem trabalhado fazendo o jogador adentrar no jogo. Toda essa junção de sons e imagens causam sentimentos bons no jogador, quase que o fazendo se sentir ali. Isso é imersão, o que Bloodstained garante. Talvez, ficar correndo ali no mapa, por duas horas, tentando terminar o jogo, o jogador não consiga perceber tudo isso que o jogo traz, mas com certeza, em determinados momentos, os jogadores vão perceber os detalhes que o jogo oferece. A trilha sonora pode ser ouvida inclusive fora do jogo e ainda assim, ela traz uma boa sensação ao ouvinte, sendo que este, nem precisa ter jogado Bloodstained, e ainda admirar a qualidade das músicas. Para aqueles tem que o dom de tocar algum instrumento musical, temos vontade de aprender algumas músicas para tocá-las em casa, para mostrar aos outros, para partilhar esses momentos em que os sentidos auditivos sobressaem sobre a visão.

 Bloodstained é uma obra prima, recomendado para qualquer jogador e obrigatório para os fãs do gênero metroidvania. Oferece também DLC posteriores e gratuitas, aumentando ainda mais as horas de diversão. É um jogo memorável, divertido e vale a pena cada momento jogado!

Confira:



Texto por: Marlon Gontijo / Leonardo Melo
Quem já ouviu falar no “gênero” metroidvania? É uma aglutinação dos nomes de dois jogos: Metroid + Castlevania, utilizando design e mecânicas similares a ambas as séries. O termo deriva principalmente do jogo Catlevania: Symphony of the Night e os vários jogos da franquia, que contém vários aspectos da série Metroid. Os Metroidvanias são jogos com um mapa extenso e interconectado a ser explorado, com várias partes limitadas por portas e obstáculos que podem ser acessados somente após adquirir nova habilidade ou equipamento. Os mapas são cheios de detalhes, lugares secretos e atalhos descobertos durante a exploração, sendo muitas vezes necessário retornar ao início do jogo para descobrir uma nova área/item.

 Koji Igarashi foi o diretor assistente de Castlevania Symphony of the Night, e produziu vários jogos da franquia na sequência, sendo considerado informalmente como o pai dos Metroidvanias. Após seu desligamento da Konami, lançou uma campanha no kickstarter para fazer Bloodstained, considerado um sucessor espiritual dos Castlevanias.

 Em sua etapa de produção, o criador de Bloodstained manteve um forte contato com a comunidade de fãs para garantir a qualidade do trabalho final. Como exemplo, ao longo do desenvolvimento do jogo, a comunidade sentiu que os gráficos estavam aquém do que esperavam e após este feedback, a parte visual foi reconstruída para atender aos anseios dos fãs, mesmo que isso adiasse a data de lançamento. Isso, do desenvolvedor ouvir a comunidade não era comum nos anos de 1990. A tecnologia dos meios de comunicação aproximou muito quem compra o jogo e quem os desenvolve, basta saber usar os canais de comunicação, que foi exatamente o que a equipe de Igarashi fez. O gráfico do jogo talvez não seja o melhor que as plataformas de 2018 poderiam oferecer, mas agradam e tem detalhes ricos.
Imagem relacionada
Como falamos anteriormente, Bloodstained segue uma fórmula simples e de muito sucesso característica de um bom Metrodvania: um mapa para explorar e um personagem para evoluir, com grande quantidade de equipamentos a serem adquiridos. O mapa é atraente e instiga ser explorado e observado, pois parar um pouco para ver o ambiente, o fundo, os detalhes das portas, do chão rachado, dos móveis velhos, dá uma sensação de ter estado ali. Eventualmente um jogador não habituado ao estilo pode se perder e não saber como avançar no jogo, mas existe aquela sensação de vitória ao descobrir como progredir ! Tem salas de viagem-rápida bem distribuídas e save points distribuídos adequadamente. É como se cada sala de viagem te levasse para o início de uma fase, mas aqui, todos os trechos do mapa estão conectados, ainda que indiretamente.

 O enredo trata de uma jovem que teve cristais com poderes demoníacos implantados em seu corpo. Ela confronta uma invasão de demônios no meio de desavenças entre alquimistas e industriais da Inglaterra no século XVIII. Após alguns anos de sono, nossa jovem volta para impedir uma nova invasão.

 A história é um pouco tradicional demais. É boa, mas previsível, o que não desmerece o jogo. Em uma palavra: aceitável. Um ponto muito interessante são os livros espalhados ao longo do mapa e os diálogos entre os personagens, pois trazem acréscimos à história, trazem detalhes e uma boa imersão pois o jogador vai conhecendo melhor os personagens e alguns deles são cativantes.

 O jogo, na versão de computador pela steam tem o texto em português BR, ainda que com algumas falhas na formatação, como palavras sem espaço, concordância, esmagamento de uma ou outra letra, mas nada que atrapalhe a leitura da história.
Imagem relacionada
O sistema de combate não é novidade em Bloodstained, ainda assim, é excelente. Os personagens de movem bem pela tela e a resposta dos controles é muito boa, tanto no teclado mais mouse quanto no controle. A protagonista não é uma máquina de destruição, então, não pensem que ela sai batendo loucamente com o pressionar dos botões, mas ela ataca de acordo com a velocidade imposta por cada arma. A adaga é uma das mais rápidas e as armas de duas mãos, são bem lentas. Tem um sistema muito rico e interessante de fabricação de itens, consumíveis e fragmentos. Estes últimos são como mágicas do jogo. Começamos o jogo praticamente sem nada, e vamos obtendo materiais e equipamentos de forma bem sintonizada com o andamento do jogo. É possível parar em um trecho e ficar matando os inimigos e coletando os itens que estes deixam.

Os fragmentos são deixados também pelos inimigos, alguns do quais são obrigatórios para seguir com a história principal do jogo.

 Os fragmentos, assim como a protagonista, também têm níveis de evolução. Os fragmentos que o jogador usa podem mudar completamente o modo de jogar, alterando as formas de atacar, de defender, pois às vezes nem é necessário defender, ou nem atacar nem matar. Eles podem alterar os atributos principais, pontos de vida e pontos de mágica e comportamento dos ajudantes da heroína. Como já deve ser esperado dos amantes do gênero, é orgulho ter todos os fragmentos do jogo.

Resultado de imagem para Bloodstained

As sidequests são muito simples, e servem mais para recebermos itens de recompensa do que contribuir para a história. . Basicamente, caçar monstros, entregar itens, fabricar, devolver objetos e receber as recompensas. Isso é bem típico nesse gênero. Para aqueles que gostam de colecionar troféus , completar as sidequests é obrigatório.

 A interação com o ambiente é ótima (ainda que estejamos falando de um jogo de plataforma). Abrir baús/portas, acionar alavancas, disparar canhões, sentar numa cadeira, tirar uma foto, mudar o cabelo, a cor, o corte, o jeito de andar, de correr, de pular, de nadar, de saltar, falar com outros personagens, fazer poses, “basicamente” (ufa) é o que a heroína faz, e faz de forma robusta, singela e delicada. Claro, ela bate nos monstros para matar; ou ela não usaria o imenso arsenal de armas e dispositivos disponíveis.

Os boss do jogo são muito bem feitos, causando uma sensação do jogador quase saber o que o boss vai fazer, como vai atacar. Quase. São animações e movimentos únicos. Claro que tem os movimentos básico, mas tem também aqueles movimentos que surpreendem o jogador, que vai ter que treinar um pouco para vencer o boss. Para os hardcore, treinar e conseguir uma vitória perfeita, ou seja, sem tomar dano e no menor tempo possível rende uma medalha ao jogador.

Bloodstained navega em novidades e referências e fez muito bem essa passagem. Ao longo do jogo, podemos perceber diversas referências a outros jogos. Isso traz um sentimento de nostalgia difícil transmitir ao leitor o. Esses momentos são únicos, hilários e às vezes desconcentram. Não mencionaremos os jogos referenciados para evitar spoilers. Symphony of the Night é imensamente lembrado, alguns até dizem que Bloodstained é o Symphony of the Night 2, e realmente são parecidos: os dois são excelentes jogos.

O jogo possui mais de um final e um novo jogo +. Os finais mais se parecem com game over diferentes e um final, de fato, bom(assim como em SotN). Os NPC sempre dão dicas de como prosseguir no jogo.

 A trilha sonora contou com a participação de Michiru Yamane. Para aqueles que já a conhecem, seu nome fala por si só. Ela teve trabalhos musicais em outros jogos, a saber, Symphony of the Night, que foi o que mais a tornou conhecida. As músicas são excelentes, algumas meio repetidas, mas mesmo repetidas, são boas. Combinam com a ambientação do jogo, com os momentos, com os locais, com as situações, com os desfechos. Não só as músicas, mas as vozes dos personagens (inglês testado), os sons do ambiente, tudo muito bem trabalhado fazendo o jogador adentrar no jogo. Toda essa junção de sons e imagens causam sentimentos bons no jogador, quase que o fazendo se sentir ali. Isso é imersão, o que Bloodstained garante. Talvez, ficar correndo ali no mapa, por duas horas, tentando terminar o jogo, o jogador não consiga perceber tudo isso que o jogo traz, mas com certeza, em determinados momentos, os jogadores vão perceber os detalhes que o jogo oferece. A trilha sonora pode ser ouvida inclusive fora do jogo e ainda assim, ela traz uma boa sensação ao ouvinte, sendo que este, nem precisa ter jogado Bloodstained, e ainda admirar a qualidade das músicas. Para aqueles tem que o dom de tocar algum instrumento musical, temos vontade de aprender algumas músicas para tocá-las em casa, para mostrar aos outros, para partilhar esses momentos em que os sentidos auditivos sobressaem sobre a visão.

 Bloodstained é uma obra prima, recomendado para qualquer jogador e obrigatório para os fãs do gênero metroidvania. Oferece também DLC posteriores e gratuitas, aumentando ainda mais as horas de diversão. É um jogo memorável, divertido e vale a pena cada momento jogado!

Confira:



Texto por: Marlon Gontijo / Leonardo Melo